Seguindo os pensamentos
da semana passada, a esfera subversiva do underground é mais presente no nosso
cotidiano do que muitas vezes percebemos. Pode também estar inserida no seu
modo de pensar, agir e ser. a sua tendencia para a subversividade, o
torna praticante deste modo de vida.
Esta semana
entrevistamos a cabeleireira e estudante de visagismo, Bárbara Schiavinato, 19 anos, que possui pensamentos
voltados para um seguimento alternativo.
Segundo a entrevistada,
os gostos oferecidos pela mídia são superficiais:
‘’ Olha eu acho tudo isso uma babaquice.
Não deveria existir padrão para absolutamente nada. Cada pessoa é de um jeito.
Vive de uma forma, pensa coisas diferentes sobre determinados assuntos. Tem
temperamento diferente. Um cotidiano único. Religião. Gostos. Crenças. Então
por que padronizar roupas e estilos musicais se não somos iguais? Cada um de
nós é único e jamais vai existir outra pessoa igual. Não é porque tenho
tatuagens que necessariamente tenho que gostar de rock e usar roupas impostas
pela mídia e pela moda.’'
Acorda às cinco da manhã, estuda, almoça e vai trabalhar. Seu cotidiano é agitado como o de qualquer jovem. No tempo livre prefere ir a shows, barzinhos e baladas. Tudo isso começou por influência de seu irmão mais velho:
Acorda às cinco da manhã, estuda, almoça e vai trabalhar. Seu cotidiano é agitado como o de qualquer jovem. No tempo livre prefere ir a shows, barzinhos e baladas. Tudo isso começou por influência de seu irmão mais velho:
‘’ Meu irmão mais velho que me levou
para conhecer o mundo. Com 14 anos eu já entrava em balada com ele e já dava
rolês que nem eram para minha idade [...] ‘’
Suas tatuagens, suas roupas, sua
inspiração no ‘’estilo’’ PIN UP,
lugares que freqüenta, músicas diferenciadas, atitudes e convicções,
muitas vezes levam pessoas a criarem uma reação de pré-julgamento sobre seu
caráter.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheQVcjGjk0lw88sVtbgXaPOaYE6PsTNNzOPkB878twc7cHc6Hn5lZcd5qWWzHzTt9bxcomtWjV5c8GTj594f0MjcBgpDrauYuiLGA39Thfh6CwyKge_Bi_FnM5-6kdTFS77xR0hpxGt8o/s1600/10394776_689669887788441_7522828241717810596_n.jpg)
A estudante também possui seus sonhos, metas, objetivos e esperança de vida. Luta por um mundo melhor e defende a ideia de que todos devem fazer pelo menos a sua parte para que haja alguma mudança positiva.
‘’Todos nós sabemos que muitas coisas
precisam ser mudadas no mundo. E quase todas estão em nosso alcance e não
vemos. Se cada um fizer a sua parte todo dia um pouquinho o mundo seria com
certeza melhor e as pessoas mais felizes. O mínimo já é alguma coisa, já é uma
mudança. Não temos que pensar que se o outro não faz, porque nós então
deveríamos fazer. Vamos cada um fazer nossa parte por um mundo melhor’’ , explica Bárbara
encerrando a entrevista.
Para entendermos melhor como é o comportamento destes jovens e grupos
Undergrounds na sociedade nós, do Classe E, convidamos a psicóloga Jacqueline Sanchez para expor sua
opinião sobre este universo alternativo:
‘’Os grupos underground, por exemplo,
tentam fugir da “alienação advinda da sociedade”, tentam construir uma ideia
diferente daquela padronizada, por não concordarem, ou por não aceitarem.
Desta maneira, costumam vestir-se de
forma diferente, de forma excêntrica, tentam de diversas formas passar a
mensagem: " não sou igual a você" ou “não penso como você”.
Frequentemente podem surgir novos
grupos, com ideias diferentes. E isso ocorre pois todo ser humano têm uma
influência de alguém, ou melhor dizendo, todos tem um “modelo” com o qual se
identifica, ideias em comum, pensamentos e atitudes parecidas e, deste modo,
unem-se em prol de algo em comum.
O ser humano busca o tempo todo
encontrar um sentido para as coisas, para a vida, por isso ao unir-se em
grupos, sentem-se mais seguros, sentem-se “EXISTINDO NO MUNDO”, como aponta
Sartre, um filósofo muito conhecido: “A existência precede a essência”. Seguindo essa linha de raciocínio, o ser
humano busca sempre estar inserido na sociedade, não importa de que forma , o
importante é que ele encontre um sentido para a vida, para o pensamento,
ideias, atitudes, buscam sempre estar ao lado daqueles que escolhem os mesmos
caminhos, isso fortalece os laços sociais.
Não se pode julgar nenhum pensamento,
nenhuma atitude alheia, pois, da mesma forma que não concordamos com algo,
muitos irão concordar, ou vice-versa.
O que de fato importa é nos sentirmos
parte da sociedade, da nossa maneira.‘’
Entende-se que grupos como Underground e todas as pessoas que criam suas
próprias ideologias de vida de modo a afetar o senso comum, precisam manter um
certo equilíbrio para viver em uma sociedade quase toda padronizada,
cheia de regras e alienações. Afinal todos têm suas vidas: trabalho, estudo,
lazer, família, amigos, objetivos e concepções. Ser diferente é diferir
tudo oferecido pela mídia hegemônica. E não ter apenas um
raso conhecimento sobre as coisas, mas sim se aprofundar e procurar entender os
porquês. Para que facilite a sua verdade individual.
Na próxima semana abordaremos um tema suuuuuper divertido... Ficou
curioso? Então não deixe de curtir o CLASSE E no Facebook e fique
por dentro de todas as novidades! Até Terça que vem!
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