São Caetano do Sul![]() |
Projeto Skate em Ação |
Dentro
do tema Cultura Jovem, o esporte radical, representado aqui pelo Skate, tem
tido nos últimos anos um incremento no número de adeptos. O apoio cultural,
através de projetos desenvolvidos pelas prefeituras, associações e outros
órgãos que constatamos nas pistas do ABC, é em grande parte responsável pelo
aumento da assiduidade dos skatistas nestes “pedaços”, o que não significa que
diminuiu a prática da modalidade nas ruas e praças desprovidas de normas.
Algo
peculiar que observamos neste esporte é o seu poder de integrar ao mesmo tempo,
crianças, jovens e adultos, masculino e feminino, distanciando a afirmação de
que os esportes radicais e a cultura jovem sejam praticados apenas por
adolescentes. Cada vez mais, com o crescimento dessa prática, verificamos um
sentimento de jovialidade que o skate proporciona a todos os que o praticam,
inclusive os mais “tiozinhos”. Tanto é que alguns projetos destas instituições,
inicialmente, limitavam a idade para alcançar apenas os jovens, porém, com a
grande procura e a necessidade de inclusão de todos, tiveram que liberar geral,
claro, dentro de um contexto de regras.
Ronaldo " O Nadox" |
Fomos
a campo, chegamos a São Caetano do Sul, a cidade de maior IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) do Brasil, no espaço Estação Jovem, onde Ronaldo dos
Santos, o “Nadox”, 40 anos de idade, dos quais 32 anos no skate e seis anos no núcleo
de esportes radicais, nos falou sobre os projetos referentes ao skate no
município:
“O espaço já existe há 6 anos, é um
complexo cultural voltado para jovens, é um centro de referência da juventude.
Falando do skate, a gente tem o projeto Skate
em Ação, que acontece aqui todas as sextas feiras, das 14h às 18h, e agrega
por volta de 500 pessoas por mês, atletas de São Caetano do Sul e de municípios
vizinhos que vêm para cá aprender um pouco do esporte de forma educativa.
Temos um carro chefe do nosso projeto de
skate que é o Skate Consciente nas
Escolas, que hoje agrega 30 mil alunos da rede municipal e estadual de São
Caetano do Sul, levando para eles não só o skate de forma prática, mas também a
parte teórica, mostrando que o mesmo é o 2º
esporte mais praticado no Brasil, o 5º
mais praticado no mundo e que gera um mercado bilionário. Outro projeto é a Sessão Old School, que acontece todas
as segundas-feiras, das 18h às 20h, voltada para skatistas acima de 30 anos de
idade.
Como o skate é um esporte de alta
complexidade, que machuca, a gente tem uma enfermagem aqui no espaço. Pioneiramente,
adotamos um novo projeto apresentado pelo fisioterapeuta Thiago Lopes, que é a Fisioterapia Preventiva no Skate, ao
qual aderimos e está tendo uma grande absorção do público presente. Este é um trabalho
que previne lesões, por meio de esclarecimentos e atividades como alongamento e
fortalecimento da musculatura. Inicialmente o projeto atende a galera com mais
de 30 anos.”
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Projeto Skate em Ação |
Relativamente
à inclusão social através do skate, Nadox chama a atenção para que todos vejam
este esporte de forma educativa e preventiva contra as drogas, bem como alerta
para um grande mercado de trabalho que se abre:
“Hoje eu uso o skate como forma de
inclusão social, para ajudar esses jovens aí, desviar um pouco o caminho que a
droga está tomando conta. Então a gente tenta mostrar o esporte como uma porta
para eles, para que encontrem o esporte de forma educativa e esportiva na vida.
Muitos pais têm medo, ‘meu moleque está
andando de skate, ele vai ser maloqueiro’, nada disso pai. O skate está
crescendo a cada dia, ele só perde para o futebol em nosso país em questão de
mercado e de esporte. Hoje não assusta mais como assustava antes. Seu filho
pode ser o dono de uma marca, um juiz da Confederação Brasileira de Skate, um
fiscal de pista, um empresário ou trabalhar em outros segmentos que abrangem este
setor.”
Caio Henzon, Alessandro Ferreira e Mayara |
Saindo
do papo e entrando na pista, deparamos com crianças, jovens e adultos, de ambos
os sexos, se divertindo com seus skates, dividindo os espaços com uma cordialidade
espontânea e generosa, um ajudando o outro. Como exemplo, podemos citar Mayara,
27, Caio Henzon, 21 e Alessandro Ferreira, 11, que pela primeira vez estavam
andando juntos no Bowl, como se fossem amigos de infância. É como nos disse a
Mayara: “o melhor do skate é fazer amizades.” Há apenas 2 anos e meio neste
esporte, ainda aprendendo, ela fala que a ajuda e a força dos amigos é
fundamental. Freqüentadora também da pista de São Bernardo do Campo as terças
feiras, dia em que há um espaço especial somente para as mulheres, ela exalta a
adesão da classe feminina a este esporte, que vem crescendo, derrubando
preconceitos e conquistando notoriedade.
Ricardo Alves |
No
Vertical a cena se repetia. Cada um esperava a vez para fazer a sua session,
todo mundo vai andando, respeitando o outro, todos na mesma igualdade. Entre os
brothers que faziam manobras, conversamos com Ricardo Alves, 16, que desde os 8
anos pratica o esporte e já comemora algumas conquistas e patrocínio, ele tem o
sonho de ser um skatista profissional: “Skate pra mim é tudo.”
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Jovens na pista |
Fizemos
uma roda com uma galera que parou de andar para falar conosco, Thiago Santana,
34, Yan Henrique, 11, Igor Mamprim, 20, Joabe, 25, e o monitor da pista Elvis
Roque. De bem com a vida, todos falam do
esporte como algo especial, prazeroso, que vem desde herança dos pais a uma
válvula de escape contra o estresse e os problemas da vida real.
Na
parada Estação jovem aprendemos um pouco mais deste estilo de vida e do valor
de grupo que este esporte exerce. Entendemos que o seu crescimento e incentivo
através de órgãos públicos, privados e patrocínios se deve a esta observância.
Porém, o sucesso está nas mãos dos coordenadores e responsáveis, na sua grande
maioria são profissionais do skate e apaixonados pelo que fazem, neste caso o
Nadox.
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