Nas décadas de 60 e 70 a arte desenvolve uma
relação totalmente nova entre o artista e o corpo: surge a body art, um movimento que confirma o corpo como uma obra de arte
ou meio de expressão.
Procurando
as origens da body art no século XX,
diversos autores localizam as obras de Marcel Duchamp e Jackson Pollock como
duas significativas fontes para o desenvolvimento da arte corporal. Em 1919
Duchamp havia explorado o próprio corpo como suporte para sua arte.
Entre o final dos anos 50 e o início dos anos
60, diversos artistas embarcam em uma espécie de jogo de apropriação do corpo.
O italiano Piero Manzoni assinava pessoas para garantir aos seus portadores um status de obra de arte ambulantes.
Piero Manzoni assinando mulheres
Outros artistas de destaque foram Ben Vautier,
Gilbert & George, e o francês Yves Klein que se referia as suas modelos
como pincéis vivos. Na opinião de diversos autores o artista Jackson Pollock
foi considerado o grande precursor do movimento.
Yves Klein e suas modelos como pincéis vivos
A arte
vai de pintura até mesmo à tatuagem, ao ferimento, ao sangue, o suor, a saliva,
a auto-mutilação, enfim qualquer reação do corpo para testar a própria
resistência, e para chocar o espectador, provocando reações fortes e
expressando a violência, ou mesmo sentimentos de raiva. Exemplo desta tendência
são os trabalhos de Viennois Gunter, Rudolf Schwarzkogler que morreu em 1969,
durante uma performance, Chris Burden e Gina Pane.
Hoje a body
art também pode significar uma tatuagem, um piercing, um desenho, uma pintura, ou seja, tudo aquilo que seu
corpo pode oferecer agregando um valor simbólico. Atualmente, a maioria das
pessoas que expressam o desejo por essa arte faz parte do público jovem,
exibindo artes mais exageradas em comparação com décadas passadas, artes
extravagantes que superam a bizarrice.
Será que hoje em dia os artistas atuais
respeitam as suas origens? Talvez uma arte um pouco mais exagerada e
extravagante, mas o corpo está sendo utilizado como forma de expressão e, em
alguns casos, como protesto de alguma situação da sociedade. Certamente os
artistas do passado aprovariam a arte da atualidade, pelo motivo que estão
sendo apresentadas.
Essa
foi apenas uma pequena introdução sobre a body art, sempre aos sábados
postaremos novos textos sobre o tema, para a próxima semana teremos um texto
muito interessante sobre o tabu que as pessoas que aderem essa arte enfrentam
no dia a dia. Outros assuntos serão abordados como cultura maori, irezumi
(tatuagem tradicional do Japão), e modificação corporal. Acessem nossa fã page clicando AQUI.
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